quinta-feira, 28 de abril de 2011

***KAREN CARPENTER E A COMPANHIA DA ANOREXIA***

Os Carpenters foram uma dupla musical da década de 1970, composta pelos irmãos Karen (1950-1983) e
Richard Carpenter (1946). Com seu estilo melódico, eles levaram à parada de sucessos muitas canções no
Top 40 da música americana, tornando-se representantes do soft rock e se incluindo entre os artistas mais
representativos da década.
Embora fossem referidos como "The Carpenters", sendo "the" o artigo definido em inglês, o nome oficial do
duo era simplesmente "Carpenters".
Durante a década de 1970, quando bandas de rock pesado faziam muito sucesso, Richard e Karen produziram uma
música suave e bem distinta daquilo, o que os colocou entre os artistas que mais venderam discos em
todos os tempos.

Durante sua carreira de aproximadamente 14 anos, os Carpenters gravaram 11 álbuns, cinco dos quais continham
músicas que atingiram o Top 10 das paradas. Fizeram turnês nos Estados Unidos,
no Reino Unido, no Japão, na Austrália, nos Países Baixos e na Bélgica.
A carreira da dupla chegou ao fim com a morte de Karen em 1983 de parada cardíaca em função de complicações
da anorexia nervosa. A cobertura jornalística dada ao fato na época aumentou a consciência da opinião
pública sobre as consequências das disfunções alimentares.


Nascidos em New Haven, Connecticut, Estados Unidos,
(Richard Lynn Carpenter em 15 de outubro de 1946, e Karen Anne Carpenter em 2 de março de 1950,
os irmãos Carpenter mudaram-se com seus pais - Harold (1908-1988) e Agnes (1915-1996) -
para a Califórnia no verão de 1963 e se estabeleceram em Los Angeles, no subúrbio de Downey.
Richard desenvolveu seu interesse pela música desde criança, tornando-se um prodígio do piano
(ele próprio declararia mais tarde que gostava muito de ouvir a coleção de discos de 78rpm de seu pai.
A mudança para o Sul da Califórnia foi feita com vistas ao favorecimento de sua carreira.
Karen, enquanto isso, não manifestou seus talentos musicais até a escola secundária seus interesses
estavam nos esportes, tais como o softball, embora passasse muito tempo ouvindo música.
A partir de uma fase posterior da adolescência, Karen juntou-se à banda e logo assumiu a bateria,
após ter tentado infrutiferamente tocar outros instrumentos musicais.

Durante a metade dos anos 1960, Richard e Karen tentaram lançar uma carreira musical,
mas não obtiveram sucesso até o final dessa década. Em maio de 1966 Karen se juntou a Richard em uma sessão
musical noturna no estúdio de garagem do baixista Joe Osborn, onde Richard estava para acompanhar o
teste de uma vocalista. Quando lhe pediram que cantasse, Karen o fez e ganhou um contrato de curta duração
como artista-solo no selo de Osborn, o Magic Lamp.
O single produzido incluiu duas das composições de Richard, "Looking for Love" e "I'll Be Yours",
mas o selo logo acabou. Durante este período a dupla, com o baixista Wes Jacobs,
formou o Richard Carpenter Trio em trio de jazz instrumental, que ganhou a Batalha das Bandas no Hollywood
Bowl em 1966, mas foi recusado pela RCA, que duvidou do potencial comercial da banda.

Os irmãos logo se juntaram a quatro estudantes de Música da Universidade do Estado da Califórnia em
Long Beach e formaram o sexteto Spectrum.
Embora fizessem apresentações, não fecharam contrato com nenhuma gravadora. Mas a experiência se mostrou
produtiva: Richard encontrou em seu colega John Bettis um letrista para suas composições.

Após o fim do Spectrum, os Carpenters decidiram continuar como dupla com Richard no piano,
Karen na bateria e ambos como vocalistas. Contratados para tocar em uma festa no lançamento de um filme em
1969, a estrela desse filme, Petula Clark, apresentou-os ao músico e dono da A&M Records Herb Alpert,
com quem a dupla assinou um contrato pela gravadora em 22 de abril de 1969.
À época Karen ainda não tinha idade legal (estava com 19 anos) para assinar o contrato:
os pais tiveram de assinar conjuntamente[1][10] com ela.

Seu primeiro disco, Offering, tinha várias composições de Richard no tempo Spectrum e uma canção de muito
sucesso dos Beatles, Ticket to Ride, que se transformou em um sucesso dos Carpenters a ponto de se tornar o
título do álbum outrora denominado Offering, o que aumentou as vendas.

Os Carpenters estouraram nas paradas de sucesso em 1970 com a canção de Burt Bacharach e Hal David,
(They Long to Be) Close to You (do disco de mesmo nome), que atingiu o topo e nele ficou por quatro semanas
A gravação seguinte, "We've Only Just Begun", atingiu o segundo lugar e se tornou o maior sucesso da
dupla no final de 1970.

Vários sucessos mantiveram a dupla nas paradas no início da década, como "For All We Know",
"Rainy Days and Mondays", "Superstar", Hurting Each Other", "It's Going to take some time" e
"Goodbye to Love", "Sing" Yesterday Once More", dos álbuns Carpenters (1971), A Song for You (1972) e
Now and Then (1973). "Top of the World" atingiu o topo das paradas em 1973.
O álbum com os melhores sucessos entre 1969 e 1973 se tornou um dos mais vendidos da década,
com mais de 7 milhões de cópias apenas nos Estados Unidos.

Durante a primeira metade dos anos 1970, a música dos Carpenters foi um elemento principal das paradas
Top 40. O duo produzia um som diferente com a voz de contralto de Karen no vocal principal, e
ambos os irmãos nos vocais de fundo com harmonias densas. Ao seu papel como vocalista, pianista,
tecladista e arranjador, Richard adicionou o de compositor em várias canções. Progressivamente, Karen deixou de ser a baterista do grupo, função desempenhada por outros bateristas, tais como Hal Blaine.

Para promover suas canções, a dupla manteve uma inacreditável agenda de apresentações e aparições na
televisão. Em 1973, aceitaram um convite para se apresentar na Casa Branca para o presidente Richard Nixon e
o chanceler da Alemanha Ocidental Willy Brandt.

A popularidade dos Carpenters frequentemente confundia os críticos.
Com suas baladas doces e suaves, muitos diziam que o som do duo era meigo, piegas e meloso,
enquanto a indústria fonográfica os premiava com Grammys (foram três).

Entre 1973 e 1974 não houve muito tempo para lançar material novo.
Como resultado, os Carpenters não lançaram disco novo em 1974.
No início de 1975 fizeram uma versão de um sucesso das Marvelettes, "Please Mr. Postman",
que atingiu o primeiro lugar das paradas mas foi último a tingir esse posição. No mesmo ano "Only Yesterday" foi lançada, e entre 1975 e 1976 foram lançados os discos Horizon e A Kind of Hush. Mas a essa altura as canções não faziam mais o sucesso de antes, tanto que "Goofus" nem chegou ao Top 40.

O álbum mais experimental Passage, lançado em 1977, representou uma tentativa de se aventurar por outros
gêneros musicais com canções como "Don't Cry for me Argentina" da "ópera rock" Evita,
"All You Get Form love is a Love Song", uma mistura de rock latino, com calipso e pop, além da intergaláctica
"Calling Occupants of Interplanetary Craft", com acompanhamento de coral e orquestra.

Mesmo com os insucessos na parada americana, a dupla continuou a ser popular. Em 1978,
foi lançado o álbum natalino A Christmas Portrait se tornou um clássico de Natal
(houve um outro disco natalino, denominado An Old-Fashioned Christmas,
lançado em 1984, após a morte de Karen). Os Carpenters também fizeram três especiais de televisão,
dos quais participaram outros artistas como Ella Fitzgerald e John Denver.

No meio da década de 1970, o excesso de turnês e as longas sessões de gravação começaram a cobrar
caro da dupla o esforço e contribuíram para as dificuldades profissionais enfrentadas no final dessa década.
Karen fazia dietas obsessivamente e desenvolveu anorexia nervosa, a qual se manifestou pela primeira vez
em 1975, quando uma exausta e enfraquecida Karen foi forçada a cancelar apresentações no Reino Unido e
no Japão. Richard, enquanto isso, desenvolveu dependência de soníferos, que começaram a afetar seu
desempenho no final dos anos 1970 e levaram ao fim das apresentações ao vivo da dupla em 1978 e
à sua internação em uma clínica.

No início de 1979, Karen, não desejando permanecer parada enquanto seu irmão se recuperava na clínica,
decidiu gravar e lançar um álbum solo com o produtor Phil Ramone em Nova York. Seu disco (Karen Carpenter)
tinha um estilo mais adulto e disco, em um esforço para mudar sua imagem.
O resultado do projeto teve uma recepção morna de Richard e os executivos da A&M Records e no início
de 1980 Karen primeiramente hesitou, abandonando por fim seu disco solo, que seria lançado apenas em 1996,
16 anos depois, 13 após sua morte. Karen preferiu lançar outro disco com Richard
(já recuperado da dependência de soníferos), que se transformou no álbum Made in America,
lançado em 1981.

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